IV. DOUTRINAS PECULIARES DO ADVENTISMO
Além da guarda do sábado, o Adventismo do Sétimo Dia diverge dos evangélicos em outros três assuntos de capital importância. São eles: o estado da alma após a morte, o destino final dos ímpios e de Satanás, e a obra da expiação.
4.1. O Estado da Alma Após a Morte
O Adventismo ensina que após a morte do corpo a alma é reduzida ao estado de silêncio, de inatividade e de inteira in-consciência, isto é, entre a morte e a ressurreição, os mortos dormem.
Este ensino contradiz vários textos das Escrituras, dentre os quais destacam-se Lucas 16.22-30 e Apocalipse 6.9,10.
O primeiro texto registra a história do rico e Lázaro logo após a morte, e mostra que o rico, estando no inferno,
a. levantou os olhos e viu Lázaro no seio de Abraão (v.23);
b. clamou por misericórdia (v.24);
c. teve sede (v.24);
d. sentiu-se atormentado (v.24);
e. rogou em favor dos seus irmãos (v.27);
f. ainda tinha seus irmãos em lembrança (v.28);
g. persistiu em rogar a favor dos seus entes queridos (v.30).
Já o texto de Apocalipse 6.9,10 trata da abertura do quinto selo, quando João viu debaixo do altar "as almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho que sustentavam".
Segundo o registro de João, elas
a. clamavam com grande voz (v.10);
b. inquiriram o Senhor (v.10);
c. reconheceram a soberania do Senhor (v.10);
d. lembravam-se de acontecimentos da Terra (v.10);
e. clamavam por vingança divina contra os ímpios (v. 10).
As expressões dormir ou sono usadas na Bíblia para tipificar a morte falam da indiferença dos mortos para com os acontecimentos normais da Terra e nunca para com aquilo que faz parte do ambiente onde estão as almas desencarnadas. Assim como o subconsciente continua ativo enquanto o corpo dorme, a alma do homem não cessa sua atividade quando o corpo morre.
A palavra de Cristo na cruz ao ladrão arrependido: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso" (Lc 23.43), é uma prova da consciência da alma imediatamente após a morte.
No momento da transfiguração de Cristo, Moisés não estava inconsciente e silencioso enquanto falava com Cristo sobre a sua morte iminente (Mt 17.1-6).
4.2. O Destino Final dos Ímpios e Satanás
Spicer, um dos mais lidos escritores adventistas, escreve: "O ensino positivo da Sagrada Escritura é que o pecado e os pecadores serão exterminados para não mais existirem. Haverá de novo um Universo limpo, quando estiver terminada a grande controvérsia entre Cristo e Satanás". É evidente que este ensino entra em contradição com as seguintes passagens: Daniel 12.2; Mateus 25.46; João 5.29 e Apocalipse 20.10.
Daniel 12.2 e Mateus 25.46 estão de acordo ao afirmar que:
a. Os justos ressuscitarão para a vida e gozo eternos;
b. Os ímpios ressuscitarão para vergonha e horror igualmente eternos.
Aqui, "vergonha e horror eterno" não significa destruição ou aniquilamento. Estas palavras falam do estado de separação entre Deus e o ímpio após a sua morte. Se for certo que o ímpio será destruído, por que então terá ele de ressuscitar e depois ser lançado no Lago de Fogo? (Mt 25.41). Apocalipse 14.10,11 diz que os adoradores do Anticristo serão atormentados "e a fumaça de seu tormento sobe pelos séculos dos séculos". Isto não é aniquilamento. Quanto à pessoa de Satanás, Apocalipse 20.10 diz que ele, o Anticristo e o Falso Profeta, "serão atormentados no Lago de Fogo pelos séculos dos séculos", para sempre. Isto não é aniquilamento.
4.3. A Doutrina da Expiação
Segundo o Adventismo do Sétimo Dia, a doutrina da expiação é explicada partindo do seguinte raciocínio:
a. Em 1844, Cristo começou a purificação do santuário celestial.
b. O céu é a réplica do santuário típico sobre a Terra, com dois compartimentos: o lugar santo e o santo dos santos.
c. No primeiro compartimento do santuário celestial, Cristo intercedeu durante dezoito séculos (do ano 33 ao ano 1844), em prol dos pecadores penitentes, "entretanto seus pecados permaneciam ainda no livro de registros".
d. A expiação de Cristo permanecera inacabada, pois havia ainda uma tarefa a ser realizada, a saber: a remoção de pecados do santuário no céu.
e. A doutrina do santuário levou o Adventismo do Sétimo Dia finalmente a declarar: "Nós discordamos da opinião de que a expiação foi efetuada na cruz, conforme geralmente se admite".
Este ensino não pode manter-se de pé, primeiramente porque foi concebido por uma pessoa (a senhora White) de exagerado fanatismo e de muitas visões da carne; e segundo, porque é incoerente com o tratamento do assunto nas Escrituras. A Bíblia ensina que:
a. A obra expiatória de Cristo é perfeita (Hb 7.27; 10.12,14).
b. A salvação do crente é perfeita e imediata (Jo 5.24; 8.36; Rm8.1; 1 Jo 1.7).
DE OLIVEIRA, Raimundo. Seitas e Heresias: Um Sinal do Fim dos Tempos. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Desmascarando o Adventismo do 7° Dia (Parte 04)
Postado por Grupo de Missões ÉChegadaHora às 08:54
Marcadores: Adventismo do 7° Dia
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