quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Como Identificar uma Seita (Parte 01)

I - INTRODUÇÂO

As pessoas têm o direito de professar a religião de sua escolha. A tolerância religiosa é extensiva a todos. Isso não significa, porém, que todas as religiões sejam boas. Nos dias de Jesus havia vários grupos religiosos: o? saduceus (At 5.17) e os fariseus (At 15.5). Os dois grupos tinham posições religiosas distintas (At 23.8). Mesmo assim, Jesus não os poupou, chamando-os de hipócritas, filhos do inferno, serpentes, raça de víboras (Mt 23.13-15,33). O Mestre deixou claro que não aceitava a idéia de que todos os caminhos levará a Deus. Ele ensinou que há apenas dois caminhos: o estreito, que conduz à vida eterna, e o largo e espaçoso, que leva à destruição (Mt 7.13-14).

Os apóstolos tiveram a mesma preocupação: não permitir que heresias, falsos ensinos, adentrassem na Igreja. O primeiro ataque doutrinário lançado contra a Igreja foi o legalismo. Alguns judeus-cristãos estavam instigando novos convertidos à prática das leis judaicas, principalmente a circuncisão. Em Antioquia, havia uma igreja constituída de pessoas bem preparadas no estudo das Escrituras (At 13.1), que perceberam a gravidade do ensino de alguns que haviam descido da Judéia e ensinavam: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podereis ser salvos (At 15.1). Esses ensinamentos eram uma ameaça à Igreja. Foi necessário que um concilio apreciasse essa questão e se posicionasse. Em Atos 15.1-35, temos a narrativa que demonstra a importância de considerarmos os ensinos que contrariam a fé cristã. Outras fontes ameaçam a Igreja- Dentre elas, destacamos a pluralidade religiosa.

II - PLURALIDADE RELIGIOSA

A pluralidade religiosa não é exclusiva dos tempos de Jesus. Atualmente existem milhares de seitas e religiões falsas, as quais pensam estar fazendo a vontade de Deus quando, na verdade, não estão. Há dez grandes religiões principais: Hinduísmo, Jainismo, Budismo e Siquismo (na índia); Confucionismo e Taoísmo (na China); Xintoísmo (no Japão), Judaísmo (na Palestina), Zoroastrismo (na Pérsia, atual Irã) e Islamismo (na Arábia). Nessa lista, alguns incluem o Cristianismo. Além disso, existem mais de dez mil seitas (ou subdivisões dessas religiões), estando seis mil localizadas na África, 1200 nos Estados Unidos e o restante em outros países. Para efeitos didáticos, o Instituto Cristão de Pesquisas classifica assim as seitas:
- Secretas: Maçonaria,Teosofia, Rosacrucianismo, Esoterismo, etc.
- Pseudocristãs: Mormonismo, Testemunhas de Jeová, Adventismo do Sétimo Dia, Ciência Cristã, A Família (Meninos de Deus), Igreja Apostólica da Santa Vó Rosa, etc.
- Espíritas: Kardecismo, Legião da Boa Vontade, Racionalismo Cristão, etc.
- Afro-brasileiras: Umbanda, Quimbanda, Candomblé, Voduísmo, Cultura Racional, Santo Daime, etc.
- Orientais: Seicho-No-Iê, Igreja Messiânica Mundial, Arte Mahikari, Hare Krishna, Meditação Transcendental, Igreja da Unificação (Moonismo), Perfeita Liberdade, etc.
- Unicistas: Voz da Verdade, Igreja Local, Adeptos do Nome Yehoshua e suas Variantes (ASNYS), Só Jesus, Tabernáculo da Fé, Cristadelfíanismo, etc.

Enquanto essas e outras seitas se multiplicam, e seus guias desencaminham milhões de pessoas, os cristãos permanecem indiferentes, desatentos à exortação de Judas 3: batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos.

III - PORQUE ESTUDAR AS FALSAS DOUTRINAS

Muitos perguntam por que se deve estudar as falsas doutrinas. Para esses, seria melhor a dedicação à leitura da Bíblia. Certamente devemos usar a maior parte de nosso tempo lendo e estudando a Palavra de Deus, porém essa mesma Palavra nos apresenta diretrizes comportamentais relacionadas aos que questionam nossa fé. Assim sendo, apre­sentamos as razões para o estudo das falsas doutrinas:

1ª - Defesa própria: Várias entidades religiosas treinam seus adeptos para ir, de porta em porta, à procura de novos adeptos. Algumas são especializadas em trabalhar com os evangélicos, principalmente os novos convertidos. Os cristãos devem se informar acerca do que os vários grupos ensinam. Só assim poderão refutá-los biblicamente (Tt 1.9);

2a - Proteção do rebanho: Um rebanho bem alimentado não dará problemas. Devemos investir tempo e recursos na preparação dos membros da Igreja. Escolas bíblicas bem administradas ajudam o nosso povo a conhecer melhor a Palavra de Deus. Um curso de batismo mais extensivo, abrangendo detalhadamente as principais doutrinas, refutando as argumentações dos sectários e expondo-lhes a verdade, será útil para proteger os recém-convertidos dos ataques das seitas;

3a - Evangelização: O fato de conhecermos o erro em que se encontram os sectários nos ajuda a apresentar-lhes a verdade de que necessitam. Entre eles se encontram muitas pessoas sinceras que precisam se libertar e conhecer a Palavra de Deus. Os adeptos das seitas também precisam do Evangelho. Se estivermos preparados para abordá-los, e demonstrar a verdade em sua própria Bíblia, poderemos ganhá-los para Cristo;

4a - Missões: Desempenhar o trabalho de missões requer muito mais do que se deslocar de uma região para outra ou de um país para outro. Precisamos conhecer a cultura onde vamos semear o Evangelho. Junto à cultura teremos a religiosidade nativa. Conhecer antecipadamente esses elementos nos dará condições para alcançá-los adequadamente.

Uma objeção levantada por alguns é esta: Não gosto de falar contra outras religiões. Fomos chamados para pregar o Evangelho. Con­cordamos plenamente, todavia lembramos que o apóstolo Paulo foi chamado para pregar o Evangelho e disse não se envergonhar dele (Rm 1.16). Disse também que Cristo o chamou para defender esse mesmo Evangelho (Fp 1.16).

A objeção mais comum é a seguinte: Jesus disse para não julgarmos, pois com a mesma medida que julgarmos, também seremos julgados. Quem somos nós para julgar"? Ora, o contexto mostra que Jesus não estava proibindo todo e qualquer julgamento, pois no versículo 15 Ele alerta: acautelai-vos, porém, dos falsos profetas. Como poderíamos nos acautelar dos falsos profetas se não pudéssemos identificá-los? Não teríamos de emitir um juízo classificando alguém como falso profeta? Concluímos, portanto, que há juízos estabelecidos em bases sinceras, mas, para isso, é preciso usar um padrão correto de julgamento e, no caso, esse padrão é a Bíblia (Is 8.20). Há exemplos nas Escrituras de que nem todo juízo é incorreto. Certa vez Jesus disse: julgas te bem (Lc 7.43). Paulo admitiu que seus escritos fossem julgados (1 Co 10.15). Disse mais: O que é espiritual julga bem todas as coisas (1 Co 2.15).